Meu filho fala que o atendimento está chato, o que fazer?
- Patricia Paolini
- 2 de nov.
- 2 min de leitura
Sabemos que crescer dá trabalho. Aprender exige esforço. Enfrentar dificuldades gera desconforto.
E é justamente por isso que, em certos momentos, ouvimos as crianças / adolescentes dizerem que o atendimento está “chato”, “difícil” ou “cansativo”.
Mas o que elas estão realmente tentando dizer?
Na maioria das vezes, o que chamamos de “chato” é, na verdade, um sinal de resistência ao desafio.
Quando algo exige foco, concentração ou mexe com nossas inseguranças, é natural querer evitar. E com as crianças / adolescentes não é diferente.
É sempre importante lembrar que a criança faz atendimento porque precisa, e não necessariamente porque quer. Isso deve ser um posicionamento claro da família, já que a criança / adolescente não tem maturidade cognitiva para decidir o que precisa ser feito. Isso é papel do adulto!
Por isso, pedimos sua atenção para um ponto delicado: a forma como você reage às falas da criança / adolescente faz toda a diferença.
Sabemos que é difícil ver um filho(a) frustrado. E frases como: “Então você não vai mais” ou “Se está chato, a gente para.” . embora ditas com amor, podem reforçar uma ideia perigosa: a de que desistir diante do esforço é uma opção.
Em vez disso, experimente dizer:
“Eu entendo que está difícil. E está tudo bem se não for fácil. Mas é esse trabalho que está te ajudando a melhorar.”
“Nem sempre a gente gosta do que precisa fazer, mas é algo necessário e importante para o seu desenvolvimento.”
“Nem todas as tarefas que realizamos precisam ser prazerosas. Grande parte delas, apenas precisam ser realizadas.”
Essas falas acolhem, validam o sentimento, e mostram o caminho. E com o tempo, a criança / adolescente aprende que o desconforto faz parte do processo, e que é possível crescer e aprender mesmo quando não está tudo fácil.
Aqui, seguimos nosso trabalho com intencionalidade, cuidado e consistência. Contamos com você para formar, junto com a gente, essa ponte entre o esforço e o avanço.
PATRICIA BRAGA
Pedagoga e Psicopedagoga
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